Curso de Cálculo Numérico

Professor Raymundo de Oliveira

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Método dos Trapézios

 

Nesse método, dada a função a ser integrada, divide-se o intervalo de integração (a,b) em n partes iguais, sendo a amplitude h de cada intervalo igual a         h = ( b-a ) / n

 

Constrói-se a tabela de n+1 pontos (xi , yi ), i variando de 0 a n, onde xi começa em a, valor inferior de X, indo até b, valor superior de X, e yi corresponde a f(xi).

Tem-se, assim, n intervalos e n + 1 pontos.

Ligam-se, por segmentos de reta, os pontos (x­i , yi) a (x­i+1 , yi+1), obtendo-se n trapézios.

A soma das áreas dos n trapézios será aproximadamente a área sob a curva, isto é, entre a curva e o eixo das abscissas (X).

Sendo assim, a soma das áreas dos trapézios nos dará uma aproximação da integral definida entre a e b.

Quanto maior o valor de n, isto é, o número de trapézios, melhor será a aproximação do valor da integral calculada.

.....

Pela figura acima, vê-se que a área de cada trapézio é dada por:

 

Ai = h.(yi + yi+1)/2 , isto é, altura vezes a base média.

 

Logo,TRAP_02
 a área total será dada por:

 

A = h (y0 + y1)/2 + h(y1 + y2)/2 + ... + h(yn-1 + yn)/2

 

A = h . ( y0/2 + S1n-1 yi + yn/2)

 

TRAP_04
Vejamos um exemplo cujo resultado seja conhecido, para podermos analisar a aproximação, isto é, o erro ocorrido no cálculo da integral.

 

Sabemos que esta integral vale e –1 = 1,7182818284590...

 

Vamos calculá-la numericamente, trabalhando com 3 casas decimais..

 

Tomemos n = 2 como sendo o número de divisões do intervalo [0 , 1].

 

Assim, h = (1-0)/2 = 0,5 .

 

Vamos construir a tabela (x,y).

 

 

 

x

0

0,5

1,0

y = ex

1,000

1,649

2,718

 

I » A = 0,5 (1,000/2 + 1,649 + 2,718/2) = 1,754

 

Como já sabemos o valor exato da integral, o que não acontecerá normalmente, podemos calcular o erro cometido:

 

e = 1,718 – 1,754 = - 0,036

 

O erro negativo está indicando que a área calculada pelo Método dos Trapézios é maior que o valor da integral. (figura a seguir)

...

 

Isso já era esperado, pois a concavidade da curva é para cima, o que faz com que a área dos trapézios sejam maiores que os valores das áreas sob a curva.

Assim, quando f (x) > 0, isto é, concavidade para cima, a área calculada pelo Método dos Trapézios é maior que o valor da integral.

Por outro lado, se f (x) < 0, isto é, concavidade para baixo, a área calculada pelo Método dos Trapézios é menor que o valor da integral. (referência ao lado)

De fato, pode-se demonstrar, veja bibliografia anexa, que o erro cometido quando se calcula uma integral pelo Método dos Trapézios é dada por:

e = I – A = - (b-a) h2 f (ε)/12 , onde   a < ε < b .

 

Sendo h = (b-a) / n , pode-se escrever o erro como sendo:

 

e = - (b-a)3 . f (ε) / (12.n2)

 

Em geral, estamos interessado na ordem de grandeza do valor absoluto do erro e não se ele é positivo ou negativo. Assim,

 

| e | = (b-a) . h2 . |f (ε)|/12 ou (b-a) . |f (ε)| / (12.n2)

 

Estimando-se o maior valor que |f (ε)| pode ter no intervalo (a,b), pode-se obter o maior valor que o erro pode ter, estimando-se, assim, a precisão do cálculo da integral.

 

Cota Superior do Erro é esse valor que o erro não ultrapassa, em módulo.

 

Quando nos referirmos a erro, e, estaremos nos referindo ao seu valor absoluto, a menos que indicado.

 

Vejamos o cálculo do maior erro possível, no exemplo recém calculado.

 

f(x) = ex , donde f (x) = ex  e f  ”(x) = ex .

No intervalo (0,1), podemos afirmar que eε < e = 2,7183 .

Logo o erro será inferior a:

e < (1-0).0,52. 2,7183/12 = 0,057

De fato, o erro é inferior, como já vimos: e ~ 0,036 . A razão de a estimativa ter sido maior é a de que tomou-se, como segunda derivada, o maior valor possível, que era o do final do intervalo (0,1).

 

Vamos repetir o cálculo dessa mesma integral anterior, tomando-se n = 4, isto é, dobrando-se o valor de n e obtendo-se, logicamente, um valor mais aproximado da integral, com erro menor.

 

x

0

0,25

0,5

0,75

1,0

y = ex

1,000

1,284

1,649

2,117

2,718

 

I » A = 0,25 (1,000/2 + 1,284 + 1,649 + 2,117 + 2,718/2) = 1,727

 

Nesse caso, o erro será:

e = 1,718 – 1,727 = - 0,009

Veja que, dobrando-se o n, o erro caiu cerca de 4 vezes, o que era de se esperar, pois o erro é, aproximadamente, inversamente proporcional ao quadrado de n.

O aproximadamente deve-se a que, na expressão do erro aparece um ε que está entre a e b, mas que varia quando n se altera, não ficando necessariamente constante.

Daí poder-se afirmar que o erro é aproximadamente proporcional ao inverso do quadrado de n.

 Se você tiver dúvidas sobre a matéria, meu e-mail é: raymundo.oliveira@terra.com.br

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